A gigante dos videogames Electronic Arts (EA) está prestes a se tornar uma empresa privada após fechar um acordo estimado em US$ 55 bilhões. O consórcio comprador é formado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), a gestora Silver Lake e a Affinity Partners, empresa ligada a Jared Kushner, genro de Donald Trump.

Detalhes do negócio
- Valor por ação: US$ 210 em espécie para acionistas da EA, representando um prêmio de 25% sobre o preço antes dos rumores vazarem.
- Composição da aquisição: Aproximadamente US$ 36 bilhões em participação acionária dos investidores e US$ 20 bilhões em financiamento por dívida, com o JPMorgan contribuindo para o montante da dívida.
- PIF e participação existente: O PIF já detinha cerca de 9,9% das ações da EA e vai “rolar” essa participação dentro do novo arranjo do consórcio.
- Prazo estimado: A conclusão do negócio está prevista para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2027, sujeita à aprovação regulatória e dos acionistas.
- Prazo de rescisão: Há cláusula que prevê pagamento de US$ 1 bilhão caso o acordo seja desfeito ou não cumpridas determinadas condições.
Motivações & contexto da indústria
- Mercado está se ajustando: A indústria de videogames vive um momento de crescimento mais moderado após o boom da pandemia, com pressão para encontrar novos modelos de receita e operações mais eficientes.
- Foco nos jogos esportivos: Franquias como EA Sports FC, Madden e Battlefield são pilares recentes da EA e entregam receitas previsíveis — algo atraente para investidores privados mais dispostos a investir no longo prazo.
- Liberdade fora do mercado público: Ao se tornar privada, a EA pode fazer mudanças estratégicas e investimentos sem a pressão de relatórios trimestrais e expectativa imediata de lucros de mercado.
- Risco da alavancagem: Como é uma aquisição alavancada, há risco de endividamento maior. Para bancar os US$ 20 bilhões de dívida, será preciso que os ganhos futuros da EA suportem esse peso.
Reações iniciais e cenário futuro
- As ações da EA subiram cerca de 5,2% logo após o anúncio.
- A EA mantém o CEO Andrew Wilson, e a sede permanecerá em Redwood City, Califórnia.
- Com o negócio fechado, a EA sairá da bolsa e deixará de ter ações negociadas publicamente.
Fontes: Reuters, The Verge, AP News, comunicado oficial da Electronic Arts
